terça-feira, 22 de março de 2011

Qual é realmente a diferença entre Sexo e Sexualidade



Como vcs já devem ter percebido tenho a mania de escrever durante a madrugada...um pouco por que gosto e tb por que tenho insônia!! Distúrbios do Sono a parte gosto muito de escrever com o coração, deixar a emoção falar mais alto! Por esse motivo resolvi escrever a respeito de duas palavrinhas que fazem parte do nosso cotidiano, mas são tão mal compreendidas! Por que será hein???
Posso garantir a vcs que a grande maioria das pessoas não sabem diferencia-las ou seja confundem mesmo seus significados, uma está direitamente relacionada com a outra...vamos entende-las de uma vez por todos!

Sexo ou Ato Sexual - ato e/ou relação sexual entre duas ou mais pessoas (cada um sabe das suas preferências e escolhas), o diferencial de um bom profissional da área da Sexualidade Humana é ser isento de qualquer preconceito, saber escutar...como sempre falo ser mais Ouvidos do que Palavras!!

Sexualidade - faz parte do nosso dia a dia, é nossa maneira de ser e vivenciar tudo que a vida possa nos oferecer, então posso com certeza dizer que Sexo tem a ver com a maneira que expressamos  nossa Sexualidade, ou seja falando ao pé da letra com todos os Delírios e Deleites que a vida possa nos proporcionar.

A Sexualidade

A sexualidade humana forma parte integral da personalidade de cada um. É uma necessidade básica e um aspecto do ser humano que não pode ser separado dos outros aspectos da vida. A sexualidade não é sinônimo de coito e não se limita à presença ou não de orgasmo. Sexualidade é muito mais que isso. É energia que motiva a encontrar o amor, contato e intimidade, e se expressa na forma de sentir, nos movimentos das pessoas e como estas tocam e são tocadas. A sexualidade influência pensamentos, sentimentos, noções e integrações, portanto, a saúde física e mental. Se saúde é um direito humano fundamental, a saúde sexual também deve ser considerada como direito humano básico. A saúde sexual é a integração dos aspectos sociais, somáticos, intelectuais e emocionais que influenciam a personalidade, a capacidade de comunicação com outras pessoas e o amor (MUSEU DO SEXO, 2003).

segunda-feira, 21 de março de 2011

Clarice Lispector um verdadeiro Deleite


Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida e nela
só se tem uma chance
de fazer aquilo que quer.
Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.
As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor das oportunidades
que aparecem em seus caminhos.
A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem a importância das pessoas
que passam por suas vidas.

sábado, 19 de março de 2011

O Por que do nome Delírios e Deleites num Divã



Como algumas pessoas sabem sou Fisioterapeuta, especialista em Sexualidade Feminina e trabalho especialmente com mulheres que apresentam uma disfunção sexual chamada Vaginismo!!
Bom vou contar um pouquinho a respeito dessas mulheres, elas não conseguem ter relação sexual com penetração vaginal, isto é...elas apresentam uma contração involuntária dos músculos do Assoalho Pélvico não somente nas relações, mas em qualquer procedimento de venha ter um contato mais direto com a vulva, incluindo qualquer exame e/ou tratamento ginecológico. Para aquelas pessoas que leram o post anterior...conseguiram entender um pouquinho dos delírios que passam na cabeça dessas mulheres cada vez que elas entram pela porta do meu consultório; mas também do deleite que elas mesmas relatam quando entram para a última consulta ou seja estão curadas, são mulheres por inteiro e melhor ainda não sentem mais aquele pânico horrível da Maca ou Divã!!

Então nada mais justo que fazer essa singela homenagem a essas mulheres que a princípio parecem frágeis, mas no fundo são guerreiras, cheias de coragem e fibra ou melhor verdadeiras "Divas"

Nós mulheres sabemos muito bem lidar com sentimentos adversos e conflituosos...

E por esse motivo...Delírios e Deleites num Divã!! O Meu...o Seu...o Nosso D&Ds (Delírios...Deleites...Divã)!!

sexta-feira, 18 de março de 2011

Delírios e Deleites de minhas Pacientes Vagínicas

No mês de Abril de 2010 dei uma entrevista ao portal IG falando sobre as mulheres que sobre com dores na relação sexual e também aquelas que não conseguem ter relação com penetração peniana, devido a uma contração involuntária da musculatura do assoalho pélvico! Engana-se as pessoas que pensam que essas disfunções não tem cura, a seguir vocês poderam ler um pouquinha da história de duas pacientes que hoje estão curadas. Deleitem-se...


Lívia Machado, iG São Paulo | 21/04/2010 11:50


Tratamento envolve sessões de fisioterapia e apoio psicológico

Quando tinha cinco anos de idade, a família de D. C. R não tinha telefone em casa. Usava, na necessidade, o aparelho de um casal de idosos, moradores do andar de cima do sobrado onde viviam, na zona sul de São Paulo. Enquanto a mãe usava o telefone, D. C. R era molestada pelo vizinho, um senhor de 60 anos.

Por medo e culpa a menina não contava para mãe. A esposa do senhor sabia de tudo, mas também se calava. Quando a mãe da menina descobriu, a atitude que tomou foi mudar-se do bairro.

A falta de diálogo e a repressão imposta pela família de descendência oriental fizeram com que a estudante crescesse calada, tendo sonhos, flashes dos acontecimentos da infância. D. C. R, hoje com 21 anos, só foi começar a resolver o trauma quando estava no cursinho, tentando uma vaga em uma faculdade pública de medicina.

Na época, a ansiedade, a timidez e a dificuldade de conseguir passar no tão sonhado vestibular, fizeram com que D. procurasse a terapeuta da instituição de ensino. Foi conversando com a médica que a menina se deu conta do tamanho de seu trauma e as implicações dele na sua vida afetiva e sexual.

Quando conseguiu entrar na universidade, D. C. R procurou o serviço médico de apoio ao aluno. Após passar novamente por uma terapeuta, ela foi encaminhada para o ambulatório de sexualidade da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), onde conheceu o Projeto Afrodite.

Desde 2005, na Unifesp, a ginecologista Carolina Carvalho Ambrogini, coordenadora do Projeto Afrodite, atende mulheres que foram vítimas de abuso, sentem dor ou não conseguem ter prazer durante a relação sexual. O programa combina as áreas de psicologia, fisioterapia e ginecologia.

Para serem atendidas, as pacientes devem participar de três palestras sobre sexualidade que ocorrem mensalmente no ambulatório de ginecologia da Instituição. Depois, as mulheres que procuram por ajuda, passam por uma triagem para que as médicas identifiquem o problema e indiquem o tratamento mais adequado.

O Programa começou com o foco limitado, voltado apenas para mulheres na menopausa. Segundo a médica, nessa etapa de vida, a dificuldade para ter prazer é maior. “O apetite sexual diminui, a musculatura pélvica é mais flácida e compromete o desempenho sexual.”

O trabalho da fisioterapia, nesses casos, é fundamental. “As mulheres aprendem a fortalecer o músculo pélvico e descobrem que o prazer não tem idade.” Por conta da demanda no atendimento, muitas mulheres procuravam o ambulatório reclamando dos mais variados problemas, o trabalho ganhou um leque ilimitado de abrangência. “Tratamos todos os tipos de problemas ligados à sexualidade da mulher.”

No caso de D. C. R, o histórico repressivo, cultural, somado ao abuso sofrido na infância, provocou hipertrofia da musculatura vaginal, um distúrbio chamado vaginismo. A jovem entrava em pânico quando pensava em ter uma relação sexual.

“Minha mãe me colocava muito medo, nunca tratou o assunto com naturalidade. O pavor de que eu engravidasse e fosse uma vergonha para minha família fez com que eu não pensasse em sexo por muito tempo.”

Reeducação

No ambulatório de sexualidade, a estudante tem acompanhamento semanal com uma terapeuta e uma fisioterapeuta. Maria Angélica Alcides, fisioterapeuta da Unifesp, trabalha diariamente reabilitando mulheres.

O trabalho de fisioterapia na área da sexualidade ainda é muito novo no Brasil. Segundo Alcides, a Unifesp é a única instituição pública que trabalha com esse tipo de tratamento. “Existem muitos aparelhos que ajudam a tratar esses distúrbios, mas no País o tema ainda é novo e o acesso à tecnologia é pequeno.”

O problema de D. C. R é comum dentro do ambulatório. A fisioterapeuta relata que muitas mulheres, por algum trauma do passado, apresentam esse distúrbio. “A dificuldade para ter uma relação é enorme. A contração não é só do músculo pélvico. Elas travam coxa, abdômen e glúteos, o que impossibilita a penetração. São reações típicas de pânico.”, esclarece a especialista.

O primeiro passo da fisioterapia é fazer com que essas mulheres olhem para o próprio corpo. As participantes precisam se conhecer, gostar do que vêem. Não ter medo de se tocar também é essencial. O tratamento é feito com exercícios físicos, aparelhos específicos para estimular o equilíbrio entre relaxamento e contração pélvica. Angélica também ensina controlar a respiração, a ansiedade e orienta a relação sexual, indicando posições que deixem a mulher mais segura e confortável. “Realizamos um trabalho de reabilitação, orientação e educação sexual.”

As pacientes são acompanhadas, em média, durante quatro meses. Inicialmente, as consultas são semanais. Conforme a melhora do quadro, passam a ser quinzenais. O ambulatorio atende mais de 50 mulheres por mês.

Hoje, D. C. R já consegue ter relações sexuais com o namorado, tem consciência de seu corpo e não encara o sexo como um tabu. "Demorei mais de dois anos para transar com meu namorado, mas já consigo ter prazer e lidar com o sexo de uma forma mais natural."

Relato da dor

A secretária paulista R.P.N perdeu a virgindade aos 17 anos. Mesmo sem nenhum passado de abuso ou repressão, a experiência foi traumática. A menina sentiu muita dor e não conseguiu manter uma vida sexual com o namorado após a primeira vez. Um ano depois, ficou grávida de sua primeira filha, entre as poucas tentativas de ter sexo com o parceiro.

A dor, porém, a impediu de transar durante os nove meses de gestação. O quadro de vaginismo se agravou após um exame de toque, feito poucos meses antes do bebê nascer. O pânico gerado com a experiência ruim fez com que a secretária deixasse de realizar exames de rotina com o ginecologista.

Angélica explica que, no caso de R.P.N, o tratamento combinou atendimento ginecológico com fisioterapia. “A dor durante a relação gerou o vaginismo acentuado. O medo de sentir dor impedia que qualquer tentativa de relação tivesse sucesso, transformando o sexo em algo apavorante.”

Em setembro de 2009, R.P.N começou o tratamento. Segundo ela, as primeiras consultas foram difíceis. Maria Angélica dava como “lição de casa” exercícios de respiração e pedia que a jovem buscasse conhecer o próprio corpo. “Perder a vergonha de si, esquecer o medo e descobrir o próprio corpo não é tão simples”, relata.

Hoje, aos 20 anos, casada com o pai de sua filha, oito meses após o inicio da fisioterapia, ela conta que já consegue controlar o medo, relaxar e ter prazer. Aprendeu também quais posições não provocam dor. Mas confessa que ainda se assusta com a maca. “Ainda travo um pouco, mas já tenho coragem de fazer os exames”.